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A Técnica do Rerrefino de Óleos Usados

03/06/2013

A ferramenta para o reaproveitamento de óleos lubrificantes usados ou contaminados pode ser aplicada utilizando várias tecnologias, e todas têm em comum a possibilidade de gerar óleo básico rerrefinado.

O rerrefino é um processo físico-químico composto de várias etapas, que transformam o óleo lubrificante usado em óleo básico rerrefinado pronto para ser aditivado. E em subprodutos nobres que são utilizados em vários setores industriais, A retirada dos componentes degradados resgata a base mineral, proporcionando características semelhantes às do óleo do primeiro refino.
 
Aproximadamente 70% do óleo lubrificante usado ou contaminado é rerrefinado e transformado em óleo básico, o óleo novo, pois esse processo confere características de óleos básicos, conforme legislação específica.
 
Outras fontes de óleo usado destinadas à reciclagem:
- Filtros de óleo usados, fortes componentes de poluição ambiental;
- Embalagens plásticas de lubrificante;
- Decomposição de emulsões de corte usadas.

Muitos processos foram desenvolvidos para a atividade de rerrefino. E que as tecnologias e características comuns de rerrefino no Brasil são as seguintes:

A) Ácido/argila. Com maior carga de aditivo, essa tecnologia apresenta elevado teor de ácido em 10%, elevado consumo de neutralizantes e clarificantes e maior geração de resíduos.

B) Ácido/argila com thermo cracking. Nessa tecnologia há redução do percentual de ácido sulfúrico em 4%, redução de neutralizantes e terras clarificantes. Além disso a tecnologia é uma unidade modular – opera em batelada, semicontínua, e prepondera produção de óleo básico rerrefinado neutro pesado.

C) Evaporação pelicular. Tecnologia que tem redução de ácido sulfúrico de 1,5%, redução de neutralizantes e clarificantes e unidade de maior porte com produção contínua.

D) Extração a propano. Nessa tecnologia há redução de ácido sulfúrico de 1%, utiliza solvente seletivo a propano e há maior custo operacional. Prepondera nessas tecnologias de rerrefino, a produção de óleo básico rerrefinado neutro médio.

O rerrefino pode ser aplicado em todas as situações que geram um volume de óleo usado que justifique a sua coleta, estocagem e destinação ao rerrefino. Esses geradores de óleos usados estão suficientemente próximos dos rerrefinadores, visto que distâncias grandes, em vista do alto custo do transporte e do baixo valor do óleo "queimado", podem inviabilizar a coleta e consequente destinação ao rerrefino.

A destinação do óleo lubrificante usado ou contaminado, deverá ser a reciclagem por meio do processo de rerrefino. Todavia, existe outra possibilidade de reciclagem, desde que ocorra por meio de outro processo tecnológico com eficácia ambiental comprovada equivalente ou superior ao rerrefino. Será admitido o processamento do óleo lubrificante usado ou contaminado para a fabricação de produtos a serem consumidos exclusivamente pelos respectivos geradores industriais.

Como o óleo obtido em seu processo industrial se equipara ao óleo básico de primeiro refino, por apresentar as mesmas especificações, os óleos básicos rerrefinados são comercializados com os principais produtores de óleo lubrificante acabado e produtores de graxas lubrificantes. Desse modo, os óleos básicos rerrefinados se constituem, igualmente aos básicos de primeiro refino, na principal matéria-prima para a fabricação de óleo lubrificante acabado. Estes podem ser formulados apenas com óleo de primeiro refino, só com óleo rerrefinado ou a partir de uma mistura entre esses dois óleos básicos.

O óleo básico rerrefinado é comercializado com as grandes, pequenas e médias distribuidoras, que aditivam o óleo básico e comercializam nos mercados consumidores. Ele ressalta que, após a adequada aditivação, este óleo pode ser usado em motores automotivos, lubrificação de máquinas, fluídos hidráulicos e lubrificação em geral. Durante o processo do rerrefino são extraídos subprodutos utilizados como matéria-prima para outros processos industriais, como:

- Fração asfáltica do óleo – usado como plastificante em derivados do petróleo;
- MPC-LW – usado nas indústrias cerâmicas;
- Gesso – para uso agrícola, na correção do pH do solo;
- Combustível pesado para fornos de alta temperatura.

Recondicionamento – O rerrefino pode ser substituído, em muitos casos, por um outro processo, que é o recondicionamento dos óleos lubrificantes industriais. Ele explica a alternativa comparando o recondicionamento de óleos a um serviço de lavanderia. Entrega-se o óleo contaminado, sujo, com pequenos defeitos e recebe-se de volta um óleo limpo e perfeito para voltar às suas aplicações originais. Ele salienta que o recondicionamento é viável para óleos hidráulicos, de transferência de calor, de tempera e óleos integrais de corte, além de vários outros. Para viabilizar o recondicionamento é necessário, por parte do usuário do óleo, não deixar deteriorar-se o óleo excessivamente para inviabilizar o recondicionamento.

O condicionamento de óleos industriais pode ser aplicado em todas as situações que gerem pelo menos 500 litros, a cada vez, de cada tipo de óleo recondicionável, óleo hidráulico, de corte integral, óleo utilizado em operações de eletro-erosão, óleos utilizados em operações de lavagem, flushing, de sistemas, de tratamento térmico, de transferência de calor, etc. Também nesses casos é recomendável que a distância entre o gerador do óleo recondicionável e o recondicionador não inviabilize o aspecto econômico. Quando os óleos industriais usados não puderem ser recondicionados para servirem em suas aplicações originais, podem ser transformados em outros tipos de lubrificantes industriais, menos nobres, novamente com considerável vantagem econômica para o usuário. Finalmente quando os óleos industriais usados não permitirem nem a transformação em óleo lubrificante, aí então são destinados ao rerrefino.