Notícias & Artigos

Lubrificantes Especiais

15/05/2013

A transmissão hidromecânica, também conhecida como "Power Shift", é composta de um conversor de torque associado a um conjunto de engrenagens satélites de engrenamento constante, que permite a troca de marchas sem interromper a transmissão de potência do motor.

O lubrificante indicado para esse tipo de transmissão semi-automática precisa ter boa fluidez em tempo de frio, alto índice de viscosidade, modificadores de fricção, boa estabilidade térmica, proteger contra altas cargas e resistir à oxidação.

Um tipo de lubrificante foi especialmente desenvolvido para esse tipo de transmissão e chamado de ATF (fluido para transmissões automáticas em inglês). Normalmente o ATF tipo A sufixo A atende à maioria das transmissões desse tipo encontradas no mercado.

Óleos para sistemas Hidráulicos

O sistema hidráulico de levantamento de três pontos em um trator é responsável pela elevação e posicionamento de implementos e máquinas agrícolas. A direção hidráulica ou hidrostática, que também é acionada hidraulicamente pode ser ou não independente do sistema hidráulico. Algumas máquinas agrícolas possuem transmissão hidrostática, isto é, não possuem embreagem, câmbio, diferencial nem redução final; nesse caso, a potência de motor é transformada em pressão de óleo por uma bomba hidráulica e depois novamente em movimento por um motor hidráulico ligado às rodas motoras do veículo.

Em função da complexidade do seu uso, os óleos para hidráulicos precisam possuir: viscosidade adequada, bom índice de viscosidade, estabilidade, resistência à corrosão, compatibilidade com material dos retentores, propriedades antiespumantes.

Os lubrificantes utilizados em sistemas hidráulicos de tratores e máquinas agrícolas são classificados segundo as normas ISO e DIN. São as mesmas normas utilizadas para óleos utilizados em máquinas ferramentas, como tornos, frezadoras e outras máquinas industriais.

Classificação ISO

A classificação ISO (International Standards Organization) é semelhante à classificação SAE, já vista na matéria anterior, que se baseia apenas na viscosidade do óleo lubrificante, desconsiderando o seu uso. O grau ISO indica que a viscosidade do óleo pode variar até 10% acima ou abaixo daquele valor. Como exemplo, o óleo ISO VG 68 (utilizado no sistema hidráulico de alguns tratores Valmet) cuja viscosidade pode variar de 61,2 a 74,8 centistokes (cSt).

Classificação DIN

Já a classificação DIN baseia-se na qualidade do óleo mineral, de maneira que as duas se completam: (tabela 1 -veja no final do texto como visualizar o artigo em PDF)

Óleos Multifuncionais

Alguns fabricantes desenvolveram um óleo lubrificante chamado de universal ou multifuncional, que possui um alto índice de viscosidade e aditivos que garantem boa proteção a motores turboalimentados ou de aspiração natural, a todos os tipos de transmissão mecânica convencional e também à maioria dos circuitos hidráulicos clássicos.

Muitos fabricantes de tratores atualmente indicam esse tipo de lubrificante para a transmissão e sistema hidráulico.

Esse tipo de óleo não é classificado pelas normas anteriormente vistas, recebendo apenas a designação de "Óleos Multifuncionais" ou "TOU" (óleo universais para tratores, em inglês)

Graxas Lubrificantes

A graxa é constituída da mistura de um líquido lubrificante (óleo mineral ou sintético), de um produto sólido ou semi-sólido (agente espessante) e aditivos, e tem como função reduzir o atrito, o desgaste, o aquecimento e proteger contra a corrosão. É o óleo que realmente lubrifica e o agente espessante é responsável pela retenção do óleo.

GRAXA = ÓLEO MINERAL + ESPESSANTE + ADITIVOS

A principal vantagem da graxa é que ela não escorre do lugar em que é colocada, como acontece com os óleos lubrificantes, reduzindo o custo de lubrificação, dispensando-se sistemas de vedação dispendiosos, além de impedir o ingresso de água e impurezas. Possuem, porém, um menor poder de resfriamento que os óleos.

A graxa é indicada em certos pontos de máquinas e implementos agrícolas, tais como mancais de arado, grades, enxadas rotativas, estrias de acoplamento de cardan e cubos de roda, onde é necessário um lubrificante que não escorra. Para uma lubrificação adequada, deve-se observar a regularidade da aplicação e que não haja excesso ou falta de graxa.

Tipos de Graxa

O tipo e as características das graxas se devem ao tipo de agente espessante do qual ela é constituída; normalmente é utilizado nas graxas convencionais, os sabões metálicos como os de cálcio, sódio e lítio (tabela 2). Pode-se ainda usar como espessante outros materiais como sílica-gel ou argilas especiais (bentonita), que são pouco empregadas devido ao seu elevado custo.

Principais Características

Consistência: Indica se uma graxa é dura ou mole, isto é, se ela é difícil ou facilmente penetrável ou deformável; é uma das características mais importantes das graxas, pois influencia a formação da camada responsável pela lubrificação e a capacidade de bombeamento da mesma.

Quanto menor a variação de consistência, melhor será o desempenho da graxa no uso prático.

Capacidade de bombeamento: Indica a facilidade ou dificuldade com que uma graxa é bombeada, isto é, a força que se faz para bombeá-la. É uma característica importante nos sistemas de lubrificação centralizada. Está ligada à consistência e à viscosidade aparente da graxa.

Ponto de gota: É a temperatura na qual a graxa começa a gotejar, isto é, derreter. E uma característica importante para os equipamentos que trabalham a altas temperaturas.

Resistência à água: Pelo fato de algumas máquinas trabalharem em ambientes com muita umidade, esta característica torna-se extremamente importante nesses casos.

Estabilidade: Diz-se que uma graxa é estável quando ela consegue manter por mais tempo a sua consistência.

Oxidação: A oxidação, absorção do oxigênio, produz a deterioração da graxa e a diminuição da sua capacidade de lubrificação. Alguns tipos de graxa se oxidam com maior facilidade que outros. Quanto maior a temperatura, mais a graxa se oxida e mais freqüentes deverão ser as trocas e reposições.

Cor: A cor da graxa não determina a sua qualidade.

Separação do óleo: As graxas, quando armazenadas durante longo período, apresentam razoável tendência à decomposição, separando-se o óleo do sabão.

Agente Espessante

Aditivos para graxas

As característica das graxas podem ser melhoradas com o uso de aditivos, e os tipos mais comuns são:
 
Inibidores de oxidação: que inibem a oxidação e, portanto, a deterioração das graxas.

Inibidores de corrosão: protegem as peças lubrificadas com graxa de serem atacadas por produtos corrosivos.

Agentes anti-desgastes ou de Extrema Pressão: formam uma película na superfície da peça que resistem a altas cargas de trabalho, diminuindo o seu desgaste.

Agentes de adesividade: melhoram a adesividade da graxa às peças a serem por ela lubrificadas.

Lubrificantes sólidos como grafite e bissulfeto de molibidênio (MoS2): também diminuem o desgaste.

Classificação das Graxas

As graxas são classificadas quanto à sua consistência pela NLGI (National Lubrificating Grease Institute ), onde o grau varia com a penetração de um cone em um recipiente contendo graxa. Quanto maior a penetração, mais macia será a graxa.

De acordo com o valor deste índice de penetração, lhes é dado um número que varia de 0 a 6 e uma denominação como se pode observar na tabela 3. Como se pode observar nesta tabela, quanto mais alta a numeração que a graxa recebe, maior é a sua consistência.

Classificação das Graxas

Critérios na escolha de lubrificantes

Para escolher corretamente os lubrificantes utilizados em tratores e máquinas agrícolas deve-se sempre:

• Consultar o manual do equipamento para conhecer as especificações do fabricante do equipamento.

• No caso das graxas , não tendo o manual do equipamento usar, quando possível, graxa de lítio, grau de consistência 2, pois apresenta melhores características de desempenho (resistência à água, temperatura e alta rotação) e boa capacidade de bombeamento.

• No caso de óleos lubrificantes opte sempre por óleos multiviscosos, que farão uma boa lubrificação em qualquer época do ano, inverno e verão.

Cuidados na Lubrificação

Gerais
 
• Não fazer a lubrificação com a máquina funcionando;
• Não deixar óleo ou graxa derramados nos locais de trabalho;
• Usar panos que não soltem fiapos;
• Usar vasilhames limpos para evitar contaminações;
• Manter em ordem os extintores de incêndio;
• Fazer a lubrificação nos períodos recomendados pelo fabricante;
• Consultar sempre o manual do equipamento.

Óleos
 
• Verificar o nível do óleo lubrificante periodicamente;
• Completar, se necessário;
• Não misturar diferentes tipos ou marcas de lubrificantes;
• Trocar o óleo lubrificante no período especificado pelo fabricante;
• Não remontar óleo lubrificante;
• Limpar as tampas de abastecimento antes de abrir;
• Fazer a troca com o motor ou câmbio quentes, para facilitar o escoamento do óleo;
• Ao trocar o óleo troque também o filtro.

Graxas
 
• Limpar bem os pinos graxeiros antes da lubrificação;
• Substituir os pinos graxeiros entupidos;
• Retirar o excesso de graxa dos pinos graxeiros e mancais, para evitar o acúmulo de poeira.

Falhas de Lubrificação

Falhas na lubrificação podem causar vários tipos de problemas para os motores de tratores, veículos e máquinas agrícolas, e normalmente são devidas à utilização de óleos de baixa qualidade, intervalo de troca muito longo e filtragem inadequada.

A utilização de óleos de baixa qualidade, trocas a intervalos muito longos e filtragem inadequada poderão provocar depósito de verniz, formação de borra, diminuição da vida do óleo e do filtro, aumento de desgaste de anéis, cilindros, mancais e válvulas, anéis presos e aumento dos custos de manutenção.

Causas das mudanças nas condições do óleo

A presença de água e de outros contaminantes poderão causar mudanças nas condições do óleo tais como diminuição ou aumento da viscosidade.

A presença de água no óleo, podem ocorrer devido a trincas no cabeçote, vazamentos na junta do cabeçote, ventilação do carter deficiente, temperatura do óleo muito baixa, serviço intermitente (liga/desliga) e contaminações externas. Já a presença de outros contaminantes é devido a problemas na filtragem do óleo ou do ar de alimentação do motor.

A diluição do combustível ou mistura com óleo de menor viscosidade, podem causar a diminuição da viscosidade. Por outro lado o aumento da viscosidade se deve a intervalo de trocas muito longo, sobrecarga no motor, arrefecimento deficiente, filtragem de óleo ou do ar deficientes, ao mau estado dos anéis, contaminações ou uso de óleo de baixa qualidade.