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Logística Reversa

03/06/2013

Texto | Paulo Carneiro
 
 
O físico britânico Stephen Hawking lançou a teoria um tanto alarmista de que as péssimas condições ambientais podem eliminar a vida humana na Terra nos próximos 50 anos. Em que pese a autoridade do cientista, a tese é contestada até pelos ambientalistas radicais, que propõem uma mudança de atitude para neutralizar o desastre. Polêmicas à parte, o fato é que as agressões ao meio ambiente atingiram níveis insuportáveis.
 
Além da destruição das florestas, queimadas e vazamentos de petróleo no oceano, o lixo representa um problema sério, senão dramático. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, a produção diária nas cidades brasileiras chega a 150 mil toneladas, das quais 59% vão para lixões e apenas 13% são reaproveitados. A situação tende a mudar agora em decorrência da lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada pelo ex-presidente Lula antes de deixar o governo.
 
O objetivo é incentivar a reciclagem e o correto manejo de produtos usados com alto potencial de contaminação. Entre outras novidades, a nova lei estabelece a chamada logística reversa, que obriga fabricantes, distribuidores e vendedores a recolher determinados produtos e embalagens usadas. A medida vale não apenas para agrotóxicos, lâmpadas e eletroeletrônicos, como também para baterias, pneus e óleos lubrificantes, o que mexe diretamente com o setor de autopeças.
 
O mercado está se preparando para a prática estabelecida pela lei e existem até associações de empresas dispostas a fazer negócio, como o Conselho Nacional de Logística Reversa (CLRB). De acordo com o presidente da entidade, engenheiro Paulo Roberto Leite, na realidade a logística reversa já existe e é praticada em basicamente duas áreas. A primeira está no pós-venda, quando o produto retorna às origens para reparo ou assistência técnica do fabricante ou simplesmente porque não agradou ao consumidor final. A segunda ocorre com os produtos usados, que não têm mais utilidade do ponto de vista econômico. “Nesse caso, as empresas não se interessam tanto, a menos que se trate de alumínio e outros metais de valor”, afirma o engenheiro.